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Dívida pública brasileira pode ultrapassar 100% do PIB em 2030, aponta IFI

Publicada em: 20/12/2024 16:14 - Notícias

A Instituição Fiscal Independente (IFIdo Senado alertou que, se a trajetória atual das finanças públicas continuar, a dívida do Brasil pode ultrapassar 100% do Produto Interno Bruto (PIBaté 2030. Segundo o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAFde dezembro, divulgado nesta quinta-feira (19), a dívida pode atingir 102,3% do PIB ao final de 2030, com projeção de crescimento para 116,3% até 2034.

Para conter o avanço da dívida, a IFI calcula que o país precisaria registrar superávits fiscais anuais de 2,4%. Caso contrário, a dívida bruta do governo pode alcançar 86,3% do PIB ao término do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (2026), ultrapassando os 90% em 2027.

Essas projeções da IFI são mais pessimistas do que as estimativas do mercado, que, por meio do Sistema Expectativas de Mercado do Banco Central, indicam que a dívida deve ficar um pouco abaixo de 85% do PIB no fim do governo Lula e chegar a 88,9% até 2030.

O relatório também avaliou que 2024 foi um ano marcado por incertezas, com alternância de notícias positivas e negativas, o que afetou as projeções econômicas iniciais. Segundo Marcus Pestana, diretor-executivo da IFI, o encerramento do ano traz sinais claros de deterioração das expectativas dos investidores quanto à solidez fiscal do país, à sustentabilidade da dívida e à consistência da política macroeconômica.

O governo, por sua vez, esperava implementar um pacote de medidas fiscais para garantir a estabilidade do arcabouço fiscal e controlar a dívida bruta. No entanto, as propostas anunciadas no final de novembro pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foram mal recebidas pelo mercado, que as considerou exageradas e insuficientes para conter o déficit.

A IFI também avaliou que as receitas extraordinárias previstas para o orçamento de 2025, que ainda dependem de aprovação legislativa, estão superestimadas em cerca de R$ 72 bilhões.

Apesar dos desafios fiscais, o diretor-executivo da IFI ressaltou que o governo obteve avanços importantes, que podem gerar resultados positivos a médio e longo prazo. Entre os marcos, destacam-se a reforma tributária, que regulamenta impostos sobre o consumo, e o Acordo entre o Mercosul e a União Europeia.

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