O presidente da Argentina, Javier Milei, declarou que o país poderia deixar o Mercosul caso fosse necessário para firmar um acordo comercial com os Estados Unidos.
Durante uma entrevista à Bloomberg no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Milei destacou que, embora prefira manter o país no bloco regional, a possibilidade de um tratado com os norte-americanos é prioridade.
“Há mecanismos que podem ser usados mesmo com o Mercosul, então não pensamos que isso pode ser feito [acordo com os EUA] sem necessariamente ter que sair [do Mercosul]”, afirmou ao editor-chefe da Bloomberg News, John Micklethwait.
O Mercosul, formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, já foi alvo de críticas de Milei, que o descreveu como uma “prisão” e chegou a não comparecer à Cúpula do Mercosul no Paraguai, em julho de 2024.
Foco nos Estados Unidos
Milei reforçou o esforço de seu governo para estabelecer um acordo comercial com os EUA, mas não confirmou se o tema foi discutido durante sua recente viagem a Washington para a posse de Donald Trump.
Apesar de sua postura crítica ao bloco, a Argentina elogiou o acordo histórico entre o Mercosul e a União Europeia, firmado em dezembro de 2024, após 25 anos de negociações.
Em nota, o governo argentino destacou que o tratado com a União Europeia representa “a consolidação de um mercado de bens e serviços de mais de 700 milhões de consumidores que serão beneficiados por uma oferta mais diversificada e de maior qualidade a preços mais competitivos”.
O futuro da Argentina no Mercosul permanece incerto, mas a busca por alianças econômicas globais reflete a estratégia de Milei de reposicionar o país no cenário internacional.