O delegado Mauro Moraes completou nesta semana 46 anos de atuação na Polícia Civil da Bahia. Considerado um dos nomes mais longevos da segurança pública estadual, Moraes ocupou diversos cargos de liderança, como a Superintendência de Inteligência da SSP-BA e a Coordenação do Projeto Expansion. Também foi peça-chave na implantação do Complexo Policial Investigador Bandeira, referência em Salvador.

Sua trajetória foi marcada por avanços no uso de tecnologias de monitoramento e integração de bases de dados, que modernizaram os sistemas de investigação no estado. Em sua homenagem, o governo estadual destacou sua “dedicação inabalável à segurança do povo baiano”.

No entanto, especialistas e membros da sociedade civil avaliam com cautela esse legado. A despeito dos esforços individuais, a Polícia Civil da Bahia enfrenta hoje baixos índices de elucidação de crimes, sucateamento estrutural e grave déficit de pessoal. Parte da crítica recai justamente sobre a permanência prolongada de figuras históricas sem renovação institucional.

Movimentos por uma segurança pública mais eficiente apontam que a continuidade de nomes como Moraes pode representar estabilidade, mas também a perpetuação de modelos administrativos ultrapassados. Sem oxigenação nas estruturas decisórias e plano de sucessão claro, a Polícia Civil corre o risco de se manter refém de um passado que não responde aos desafios atuais da criminalidade.