Uma operação integrada entre a Polícia Federal, a Polícia Civil da Bahia e a Secretaria de Segurança Pública do Estado resultou na morte de um dos líderes de uma facção criminosa que atuava no sudoeste baiano. O homem, que estava foragido desde uma fuga registrada no Conjunto Penal de Jequié em 2023, foi localizado na manhã desta sexta-feira (9), em um imóvel no bairro de São Cristóvão, em Salvador.
Segundo informações divulgadas pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/BA), o alvo da ação estava sendo monitorado há mais de dois meses. A operação faz parte da etapa baiana da chamada “Operação Artemis”, que visa desarticular células criminosas com ramificações em diferentes municípios do estado. Ao perceber a aproximação das forças de segurança, o suspeito teria reagido com disparos de arma de fogo. Houve confronto e ele foi alvejado. Apesar de socorrido, não resistiu aos ferimentos.
Durante a ação, também foi preso um outro integrante da facção, que possuía mandado de prisão em aberto por tráfico de drogas e porte ilegal de arma. No local, foram apreendidos dois fuzis, munições, uma pistola calibre .40, coletes balísticos e celulares com indícios de uso em atividades de coordenação do tráfico.
A operação reforça o esforço da FICCO/BA em ampliar a presença do Estado nas áreas urbanas sob domínio de organizações criminosas, mas também reacende o debate sobre o uso excessivo da força em operações desse tipo. Entidades de direitos humanos questionam a letalidade das ações e cobram maior transparência nas investigações que envolvem mortes em confrontos com a polícia.
O governo do Estado, por meio da SSP-BA, comemorou o resultado da operação e afirmou que novas ações serão realizadas em Salvador e no interior nos próximos dias. No entanto, especialistas alertam que a simples neutralização de lideranças não desarticula a cadeia de comando das facções, sendo necessária uma política de segurança mais estruturada, com inteligência, reintegração social e enfrentamento à corrupção dentro das corporações e do sistema penitenciário.
O caso será apurado pela Corregedoria da Polícia Civil, e o material apreendido será periciado pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT). A expectativa é que a análise dos celulares forneça informações cruciais sobre a atuação da facção em outras cidades baianas.