No último domingo (15/9), um navio de carga naufragou após sair do Porto de Recife com destino a Fernando de Noronha, elevando o número de incidentes registrados na rota conhecida como "Rota do Medo". Este trajeto, que cobre uma distância de aproximadamente 300 milhas náuticas (cerca de 545 quilômetros), já foi palco de outros 11 naufrágios desde 2016, conforme levantamento realizado pelo portal G1.
O percurso entre a capital pernambucana e o arquipélago é notoriamente desafiador e perigoso, o que tem gerado preocupações recorrentes sobre a segurança das embarcações que navegam por essa rota. Abaixo, destacam-se alguns dos casos de naufrágios que contribuíram para a reputação temida dessa rota:
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2022: O navio Thaís IV naufragou cerca de 111 quilômetros de Cabedelo, na Paraíba. Dos oito tripulantes a bordo, quatro foram resgatados com vida, dois homens morreram e os corpos de dois tripulantes não foram localizados.
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2019: O barco Navegantes afundou aproximadamente 148 quilômetros de João Pessoa. Das dez pessoas que estavam a bordo, nove foram resgatadas e um homem não foi localizado.
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2017: O barco Ekos Noronha naufragou pouco depois de sair do Recife em direção a Fernando de Noronha. Os seis tripulantes conseguiram chegar à praia de Casa Caiada, em Olinda, utilizando coletes salva-vidas, boias e paletes, sendo todos resgatados com vida.
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2016: O navio Navemar XII naufragou na região de Pau Amarelo, em Paulista, no Grande Recife. Todos os seis tripulantes foram resgatados com vida.
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2016: A embarcação Além Mar afundou enquanto estava chegando em Fernando de Noronha. Todos os seis tripulantes foram resgatados com vida.
Além desses eventos mais recentes, outros naufrágios históricos também marcaram a rota, incluindo os casos dos navios Independência, Irecema, Dourado, Poty, Da Hora 4 e Corveta Ipiranga.
Os naufrágios frequentes nesta rota destacam a necessidade urgente de uma revisão das práticas de segurança e navegação na região. A "Rota do Medo" continua a ser um desafio para os marinheiros e uma preocupação para as autoridades marítimas, que devem intensificar as medidas para prevenir novos acidentes e garantir a segurança das embarcações que cruzam essa perigosa trajetória.