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Venezuela chama embaixador no Brasil para consultas devido à “indelicadeza” de Amorim

Publicada em: 30/10/2024 16:46 - Notícias

Ministério das Relações Exteriores emitiu comunicado rechaçando as declarações do assessor da presidência. A Venezuela convocou seu embaixador no Brasil, Manuel Vadell, para consultas, expressando seu descontentamento com o que considerou “grosserias” do governo brasileiro. A declaração do Ministério das Relações Exteriores menciona especificamente o assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PTpara assuntos internacionais, Celso Amorim.

 

O comunicado, divulgado nesta quarta-feira (30pelo governo venezuelano, afirma que Amorim se comporta como um “mensageiro do imperialismo norte-americano” e que ele tem se dedicado a “emitir juízos de valor sobre processos que são da competência exclusiva dos venezuelanos”.

 

A carta do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela classifica as declarações de Amorim como uma “agressão constante” que tem prejudicado as relações diplomáticas entre os dois países. A convocação de Vadell para consultas demonstra a forte insatisfação de Caracas com a postura do governo brasileiro, mas ainda não indica um rompimento das relações bilaterais.

 

Durante uma audiência na terça-feira (29na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, Amorim afirmou que autoridades venezuelanas estão “acusando injustamente” o Brasil por impedir a adesão da Venezuela aos Brics — grupo liderado pelo Brasil, junto com Rússia, China, Índia e África do Sul. Amorim destacou que “o Brasil concordou com Cuba, mas não com a Venezuela”, e expressou a esperança de que o mal-estar se dissolva à medida que a situação se normalize.

 

Ele relacionou essa normalização ao processo eleitoral, deixando claro que o Brasil não reconhece o processo que garantiu a Nicolás Maduro mais um mandato. O embaixador relatou que foi enviado pelo governo para observar as eleições em julho e, até o final da votação, acreditava que tudo ocorreria sem problemas. 

 

Após o resultado, questionou Maduro sobre a divulgação das atas eleitorais, e o presidente atribuiu o atraso na divulgação ao que chamou de um ataque cibernético. “Retornei ao Brasil em um clima de incerteza. O fato é que os resultados não foram divulgados de maneira detalhada. As atas não foram publicadas e o princípio da transparência não foi respeitado”, destacou.

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