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Apoiadores de Evo ocupam quartel na Bolívia e mantêm soldados como prisioneiros

Publicada em: 01/11/2024 16:08 - Notícias

Pelo menos dez soldados aparecem em gravação, cercados por agricultores com varas de madeira.

 

Apoiadores de Evo Morales ocuparam o quartel militar do Regimento “Cacique Juan Maraza”, no município de Villa Tunari, na região de Cochabamba, na Bolívia, armados com bastões de madeira, e fizeram soldados como prisioneiros. Em um vídeo que circula nas redes sociais, pelo menos 10 militares aparecem cercados por camponeses que carregam bastões pontiagudos feitos de madeira. Segundo a agência estatal de notícias da Bolívia, trabalhadores da saúde também estão entre os detidos.

 

“Cortaram nossa água, nossa eletricidade e nos tomaram como prisioneiros”, relata um deles. O militar que fala na gravação pede o fim da intervenção nos bloqueios dos apoiadores de Morales e clama que seu superior considere o pedido.

 

“A vida de todos os meus instrutores e dos meus soldados está em risco (…por favor, meu general, solicito que considere. Estamos pais, filhos, irmãos, famílias inteiras aqui”, expressa. A presidência boliviana confirmou que os militares ainda não foram soltos. Segundo a agência estatal de notícias, um segundo quartel, também em Cochabamba, foi cercado por simpatizantes de Evo.

 

A ocupação do quartel acontece, segundo a agência estatal do país, como resposta às operações do governo de Luis Arce para dissolver os bloqueios de estrada que vêm sendo realizados há cerca de 20 dias por apoiadores de Morales.

 

Nesta sexta-feira (1), o ministro da Defesa da Bolívia, Edmundo Novillo, afirmou que “a paciência e a tolerância têm limites” e que o governo se viu na obrigação de “tomar medidas institucionais garantindo a livre circulação”.

 

Tratores e forças de segurança foram enviados para desmantelar os bloqueios e houve confrontos entre manifestantes e policiais.

 

Os protestos ocorrem contra a possível prisão do ex-presidente, investigado por supostas relações sexuais com uma menor de idade.

 

Morales afirma estar sendo perseguido por Arce, ex-aliado, com quem tem um confronto aberto. O líder indígena chegou a ser convocado a prestar depoimento, mas não compareceu.

 

No último fim de semana, Morales publicou um vídeo em que aparece sofrendo um ataque a tiros e seu veículo atingido por disparos. Ele afirma que o governo Arce tentou assassiná-lo.

 

As autoridades bolivianas, no entanto, afirmam que Morales passou por um bloqueio policial e disparou contra os agentes.

 

 

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