O ex-presidente Jair Bolsonaro (PLse manifestou contra a Proposta de Emenda à Constituição (PECda deputada Erika Hilton (PSol-SP), que visa reduzir a jornada de trabalho, e afirmou que a medida coloca trabalhadores e empresários em lados opostos. A declaração foi feita durante a cerimônia de posse do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SPcomo secretário Nacional de Relações Institucionais e Internacionais do Partido Liberal (PL), nesta quarta-feira (13/11).

Segundo o ex-presidente, a PEC é uma estratégia da esquerda para acirrar ainda mais as divisões no Brasil, usando a classe trabalhadora como uma "massa de manobra" contra os empresários. "Eles (a esquerdase acabaram. As eleições municipais mostram isso daí. E eles têm que renascer das cinzas. Como? Jogando um contra o outro, como a massa do Brasil, empregado contra patrão", afirmou Bolsonaro, sugerindo que a proposta visa enfraquecer as relações entre capital e trabalho.

Bolsonaro também fez uma comparação entre as discussões sobre a PEC e a “areia movediça”, sugerindo que argumentar contra a proposta se torna cada vez mais difícil, dado o apoio de boa parte da esquerda e a pressão por reformas trabalhistas. "Fazer textos e discursos contra essa PEC é como estar em uma areia movediça", disse o ex-presidente, criticando o movimento de oposição a essa proposta.

Tensão entre Trabalhadores e Empresários

A proposta de redução da jornada de trabalho tem dividido opiniões, com sindicatos e representantes de classe trabalhadora defendendo os benefícios da medida para a saúde física e mental dos empregados. Já entidades empresariais se posicionaram contra a PEC, argumentando que a redução da carga horária pode aumentar os custos para as empresas e prejudicar a competitividade no mercado.

Além disso, o ex-presidente afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PTdeveria assumir a responsabilidade pela proposta e, caso fosse aprovada, resolver a questão junto ao Congresso. "Ele (Lulaque tem que ser o pai dessa criança. Jogar o abacaxi para ele resolver", afirmou Bolsonaro, sugerindo que a medida poderia resultar em desgaste para o atual governo, especialmente no contexto de uma economia ainda em recuperação.

Cenário Político e Eleições de 2024

Bolsonaro também comentou sobre o cenário político atual e as recentes eleições municipais, nas quais o PL, seu partido, obteve resultados expressivos. Para o ex-presidente, a esquerda perdeu força nas urnas e, por isso, tenta criar "divisões" para tentar recuperar a popularidade. A fala se alinha à narrativa do PL, que tem se posicionado como a principal força de oposição ao governo Lula.

Enquanto o debate sobre a PEC continua, a polarização política no Brasil tende a se intensificar, com propostas que envolvem direitos trabalhistas e relações empresariais sendo tratadas como questões centrais para a agenda política dos próximos anos.