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Taxa de Desemprego entre Mulheres Negras é o Dobro da de Homens Não Negros, Aponta Pesquisa

Publicada em: 22/11/2024 15:44 - Notícias

A pesquisa mais recente revela que as mulheres negras continuam sendo as mais afetadas pelo desemprego no Brasil, com taxas significativamente superiores às de homens não negros. De acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAISdo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do segundo trimestre de 2024, o índice de desocupação entre elas é o dobro do registrado entre os homens não negros.

O estudo revelou que, durante este período, o total de pessoas sem trabalho alcançou 7,5 milhões, o que corresponde a uma taxa média de desemprego de 6,9%. Entre os homens não negros, a taxa foi de 4,6%, abaixo da média nacional. Já para as mulheres negras, o índice chegou a 10,1%.

De acordo com Paula Montagner, subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do MTE, a maioria das mulheres negras está empregada em setores de baixa qualificação, como serviços domésticos, limpeza e alimentação, que apresentam remunerações mais baixas e menos estabilidade. "Essas mulheres continuam a ocupar os postos de trabalho com os menores salários", afirmou.

Além da disparidade no desemprego, a pesquisa também aponta um grave descompasso salarial. As mulheres negras recebem, em média, apenas 50,2% do que os homens brancos ganham, conforme os dados do MTE. Montagner ainda lembrou que, durante a pandemia de Covid-19, as mulheres foram as mais atingidas pelo aumento do desemprego, especialmente aquelas que trabalhavam como empregadas domésticas.

Outro dado alarmante da pesquisa é a elevada taxa de informalidade no mercado de trabalho, especialmente entre mulheres negras. No segundo trimestre de 2024, havia 101,8 milhões de pessoas ocupadas, sendo que 38,6% trabalhavam de forma informal. Entre as mulheres negras, a informalidade atingiu 9,1% a mais do que entre as mulheres não negras.

Esses números refletem a persistente desigualdade enfrentada pelas mulheres negras no mercado de trabalho brasileiro, que continua a ser um grande desafio para políticas públicas de inclusão e igualdade salarial.

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