...

...

Alta do dólar e alimentos devem continuar pressionando a inflação, afirmam especialistas

Publicada em: 10/12/2024 15:43 - Notícias

A inflação segue sob pressão, especialmente pelos preços dos alimentos, e a tendência é que essa pressão se mantenha no próximo mês, de acordo com economistas. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCAsubiu 0,39% em novembro, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGEnesta terça-feira (10).

A expectativa para dezembro é que a inflação continue sendo impactada principalmente pelo grupo de Alimentação e Bebidas, que registrou alta de 1,55% em novembro, com destaque para o aumento nos preços das carnes, que subiram 8,02%.

Segundo André Braz, economista do Ibre/FGV, os resultados de dezembro devem se manter próximos aos dados observados em novembro. “O grupo de Alimentação continuará pressionado, principalmente devido ao ciclo da agropecuária e ao aumento das importações, impulsionados pela desvalorização cambial, além de fatores sazonais e o aumento do consumo”, afirmou.

Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, também reforça os fatores que devem continuar a pressionar os preços, destacando a piora da desvalorização do real frente ao dólar. "A inflação permanece alta, com uma trajetória pressionada por fatores como o crescimento superior ao esperado, a aquecimento do mercado de trabalho, a depreciação cambial e expectativas inflacionárias desalinhadas", comentou em comunicado ao mercado.

Braz acrescenta que, embora a energia elétrica tenha ajudado a conter a inflação de novembro, a redução nas tarifas será mais modesta em dezembro. “A mudança da bandeira de energia elétrica de amarela para verde trará uma redução no preço da energia, mas será menor do que a mudança da vermelha para a amarela”, disse.

Além da alteração na tarifa de energia, a Black Friday também teve impacto na desaceleração da inflação, contribuindo para a redução em comparação aos 0,56% de outubro.

Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, observa uma piora na qualidade da inflação ao analisar a média trimestral. “Os dados indicam um aumento na deterioração da qualidade dos números inflacionários, o que justifica uma possível aceleração do ciclo de alta de juros pelo Banco Central, com um ajuste de 0,75 ponto percentual. A projeção preliminar é que o IPCA feche 2024 com alta de 4,93% e atinja 5,51% em 2025”, explicou.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, destacou que, embora a desaceleração da inflação tenha ficado dentro do esperado, a pressão sobre o grupo de Serviços foi mais intensa do que o previsto. “Essa dinâmica não surpreendeu o mercado, embora a mediana para o núcleo tenha se mostrado mais alta”, observou.

Compartilhe:
COMENTÁRIOS
Comentário enviado com sucesso!
Carregando...