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Investigação sobre a Morte de Juscelino Kubitschek: Um Desperdício de Dinheiro Público e Tempo

Publicada em: 15/02/2025 01:46 - Notícias

Em um momento de grave crise fiscal, com o Brasil enfrentando uma imensa dificuldade econômica, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDPdecidiu reabrir a investigação sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, que aconteceu há quase 50 anos, em 22 de agosto de 1976. A medida, anunciada na última sexta-feira (14/2), após uma reunião da comissão, não só soa como uma falta de bom senso, mas também levanta sérias questões sobre a utilização de recursos públicos e a real motivação por trás dessa investigação.

A morte de Juscelino Kubitschek e seu motorista, Geraldo Ribeiro, aconteceu em um acidente de trânsito na Via Dutra, quando o Opala em que estavam invadiu a pista oposta e colidiu com uma carreta. Desde então, diversos órgãos investigaram as causas do acidente, chegando a diferentes conclusões. A mais recente delas, conduzida pelo Ministério Público Federal (MPFem 2019, descartou a hipótese de uma colisão com um ônibus, como também rejeitou a ideia de um atentado político, afirmando que "não há elementos materiais suficientes" para apontar a causa exata do acidente.

No entanto, a CEMDP, sem apresentar nenhuma nova evidência convincente ou fundamentos sólidos, agora resolve consultar as famílias do ex-presidente e do motorista para decidir se reabre uma investigação que já foi exaustivamente analisada ao longo dos anos. O que está em jogo? Será que, após tanto tempo, é realmente necessário um novo inquérito? A quem interessa reabrir um caso que já foi exaustivamente investigado? E, mais importante ainda, quem vai pagar por isso?

As respostas são claras: a reabertura dessa investigação é, no mínimo, desnecessária. Estamos falando de um caso que já foi analisado por diferentes comissões da verdade, pelo Ministério Público e até mesmo pela Comissão Nacional da Verdade. Diversas hipóteses foram levantadas, incluindo sabotagem mecânica, disparos, envenenamento, e até um possível atentado político, mas nenhuma delas foi comprovada. E a cada nova tentativa de reavivamento do caso, o que se observa é um desperdício de dinheiro do contribuinte e de tempo precioso, que poderia ser investido em questões realmente urgentes para o país.

O que a CEMDP está fazendo é gastar recursos públicos com uma investigação que, no fundo, não tem muito a acrescentar. Mesmo que se decida reabrir o caso, qual será o impacto real para a sociedade brasileira? O que o povo espera da comissão não é que ela continue revirando casos históricos sem fundamento, mas sim que busque resolver questões que ainda afligem a população de forma concreta e urgente, como a violência, a corrupção, e a luta por justiça para as vítimas de crimes ainda não resolvidos.

E o pior de tudo é que esse tipo de investigação não é barato. Consultar as famílias, abrir novas diligências, realizar novos inquéritos — tudo isso gera custos elevados, que vão direto para os cofres públicos. Em um momento em que a saúde, a educação e a segurança pública carecem de investimentos urgentes, a insistência em abrir uma nova investigação sobre um caso de 1976 é, no mínimo, irresponsável.

Quem realmente se beneficia com a reabertura desse caso? Fica claro que a sociedade não tem mais nada a ganhar com isso. A decisão da CEMDP de consultar as famílias de JK e Geraldo Ribeiro, mesmo após todas as investigações anteriores, é mais uma jogada política do que um passo legítimo para a busca da verdade. Em vez de buscar justiça para as vítimas do regime militar, ou focar em casos de desaparecimentos forçados que ainda permanecem sem resolução, a comissão se desvia para uma investigação que, por mais que seja histórica, já cumpriu seu papel.

Em última análise, o que vemos é uma continuação de um ciclo de investigações vazias, que não trazem benefícios reais para a sociedade e, ao contrário, apenas ampliam a sensação de impunidade. O dinheiro público, ao invés de ser usado para combater os problemas do presente, está sendo desperdiçado em uma busca por respostas que já não têm mais sentido. Mais uma vez, a verdade histórica perde para o populismo e para o desperdício de recursos.

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