A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTTabriu, nesta semana, uma audiência pública para debater a concessão e modernização da BR-116/324, trecho conhecido como Rota 2 de Julho, que liga Salvador a Vitória da Conquista. A proposta prevê investimentos bilionários para duplicação, manutenção e operação dos trechos, com concessão a empresas privadas por até 30 anos. A consulta pública estará aberta até 29 de maio.
Apesar da importância da rodovia para o escoamento de produção e deslocamento populacional, moradores e usuários demonstram ceticismo quanto à eficácia da proposta. Experiências anteriores com a ViaBahia, atual concessionária, foram marcadas por lentidão em obras, aumento de tarifas e ausência de fiscalização efetiva por parte da União.
Especialistas apontam que o modelo atual de concessão falhou em garantir melhorias significativas na infraestrutura rodoviária da Bahia. Enquanto isso, acidentes e congestionamentos seguem sendo realidade em diversos trechos. Líderes comunitários e representantes de sindicatos de caminhoneiros reivindicam participação mais ativa da sociedade civil e garantias contratuais mais rígidas contra descumprimentos.
Críticos também apontam que o governo federal, apesar de prometer “nova abordagem técnica”, tem se mostrado tímido na cobrança de metas e prazos das concessionárias, o que levanta dúvidas sobre a efetividade do novo modelo. O risco, segundo entidades do setor, é de repetir os mesmos erros com outro nome.