O Hamas já aceitou a proposta de trégua em Gaza e a devolução de reféns apresentada pelos mediadores do Catar, informou uma autoridade israelense à agência Reuters nesta quarta-feira (15).
Contudo, o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, refuta essa declaração, afirmando que o grupo ainda não aprovou o acordo.
Segundo um representante do Hamas, o grupo não forneceu uma resposta oficial por escrito à proposta, embora um membro da Autoridade Palestina tenha dito que o aval verbal já foi dado, restando apenas detalhes adicionais para a confirmação oficial.
De acordo com a agência AFP, o cessar-fogo também recebeu aprovação do grupo aliado do Hamas, a Jihad Islâmica.
Negociadores do Catar, Egito, Estados Unidos, Israel e Hamas seguem discutindo os termos do acordo nesta quarta-feira.
Na terça-feira, algumas dessas autoridades declararam que as negociações estavam mais avançadas do que nunca, apesar do conflito continuar a causar vítimas na região palestina.
Se o acordo for confirmado, o plano inicial prevê um cessar-fogo de seis semanas, durante o qual 33 reféns israelenses seriam libertados em troca de prisioneiros palestinos, além da retirada gradual das tropas israelenses do centro de Gaza e o retorno de palestinos deslocados ao norte do território.
A segunda etapa incluiria a libertação dos reféns restantes, a instauração de uma trégua definitiva e a retirada total das forças israelenses. Segundo o portal "Axios", 98 reféns israelenses em Gaza ainda estariam vivos.
Um dos pontos mais delicados e ainda sem consenso é sobre quem assumirá o controle de Gaza após o conflito. Israel rejeita a possibilidade de o Hamas continuar governando a região, mas também resiste à ideia de que a Autoridade Palestina, formada nos acordos de Oslo há 30 anos, assuma o poder.
O primeiro-ministro palestino, Mohammad Mustafa, afirmou nesta quarta-feira que a Autoridade Palestina deve ser a única a governar Gaza após o término do conflito. Essa posição foi endossada pelo secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em declaração feita na terça-feira.