Salvador (BA) – A execução brutal de um homem em plena luz do dia na região do Calafate, bairro de Fazenda Grande do Retiro, área dominada pelo Bonde do Maluco (BDM), expõe mais uma vez o poder inaceitável das facções criminosas na Bahia. A vítima, identificada como integrante de facção rival, foi morta sem qualquer receio de represálias ou intervenção policial. A cena não é de um país em guerra — é da Bahia governada por Jerônimo Rodrigues, onde a criminalidade age como se fosse o verdadeiro governo.
Este é apenas mais um episódio de uma longa série de execuções, esquartejamentos, toques de recolher e domínio territorial que revelam uma realidade sombria: o Estado perdeu o controle sobre parte do seu território. E o atual governo, ao invés de enfrentar essa crise com firmeza, assiste à escalada da barbárie com passividade institucional e discursos vazios.
Bairros sitiados, população refém
De Maragogipe a Salvador, passando por bairros como Fazenda Coutos, Águas Claras, Valéria, Lobato e Calafate, a lógica é a mesma: quem dita as regras são as facções. O cidadão comum vive sob o medo, impedido de circular livremente, obrigado a obedecer códigos impostos por criminosos — enquanto o governo se cala, omite-se ou tenta maquiar os dados.
O caso mais recente em Nagé, distrito de Maragogipe, onde partes do corpo de um homem foram espalhadas pela praça principal, é a tradução da falência da segurança pública na Bahia. Em vez de combater os responsáveis, o governo prefere esconder a realidade, ignorar a presença de milícias e facções e tratar episódios bárbaros como “pontuais”.
Números que desmascaram o discurso oficial
Segundo o Atlas da Violência 2024, a Bahia segue como líder nacional em número absoluto de homicídios, superando 6 mil mortes violentas em um único ano. Salvador e RMS figuram entre as regiões metropolitanas mais perigosas do país, e o interior do estado assiste à expansão territorial das facções sem reação efetiva do poder público.
Mesmo com esses dados alarmantes, o governador Jerônimo Rodrigues e sua equipe evitam assumir responsabilidade, apostando em ações pontuais, sem planejamento de longo prazo, sem investimentos reais em inteligência, tecnologia e valorização das forças policiais.
Um governo rendido à criminalidade
A omissão do governador não é apenas um erro político: é um pacto de negligência com o crime organizado. A ausência de operações articuladas, a desvalorização da polícia civil e militar, o sucateamento das delegacias e a falha crônica na presença do Estado nas periferias contribuem diretamente para que facções como o BDM e a Katiara se consolidem como o verdadeiro poder em diversas áreas.
O silêncio do governador custa vidas
A Bahia clama por um governo que reaja. Que enfrente os criminosos com força, com inteligência, com estratégia — e não com marketing. Enquanto Jerônimo Rodrigues foge de entrevistas, evita respostas diretas e insiste em negar a gravidade do problema, a população segue sendo assassinada, amedrontada e abandonada.
Um apelo por responsabilidade
Não é mais possível aceitar a normalização da barbárie. A sociedade civil, a imprensa, o Ministério Público e os órgãos de fiscalização precisam cobrar, pressionar e exigir atitudes concretas. A omissão do Estado não pode ser tolerada. Se o governador Jerônimo Rodrigues não tem coragem ou capacidade para enfrentar o crime organizado, que reconheça sua falência — e abra espaço para quem queira proteger o povo baiano.