A recente tentativa de Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, de explorar um incidente de agressão durante um debate político tem gerado um misto de indignação e ridículo nos bastidores da campanha. A agressão, ocorrida no debate da TV Cultura no último domingo (15/9), onde Marçal levou uma cadeirada de José Luiz Datena (PSDB), foi marcada por uma série de reações questionáveis do ex-coach. A situação se agravou ainda mais quando Marçal tentou fazer uma comparação entre a sua experiência e atentados sofridos por figuras como Jair Bolsonaro e Donald Trump.

O Incidente e a Reação de Marçal

Durante o debate, Marçal foi atingido por uma cadeirada de Datena, o que gerou um tumulto imediato. O boletim médico de Marçal, divulgado pelo Hospital Sírio-Libanês, relatou um "traumatismo na região do tórax à direita e em punho direito, sem maiores complicações associadas". Após o incidente, Marçal foi levado ao hospital com uma máscara de oxigênio, o que gerou uma série de reações nos bastidores da política.

Comparações Infelizes e Reações Adversárias

Nos bastidores da campanha, o caso de Marçal foi alvo de chacota e comparações. Adversários políticos rapidamente compararam o incidente com o caso de José Serra, que em 2010 foi atingido por uma bolinha de papel durante a campanha presidencial. Naquele episódio, Serra, embora chocado, continuou a caminhada e só procurou atendimento médico depois,  alegando sentir um desconforto. A diferença na reação entre os dois episódios gerou uma série de piadas e críticas sobre a forma como Marçal lidou com a situação.

Após o incidente, Marçal fez um retorno breve ao debate antes de deixar o local e acionar uma ambulância. Seus assessores gravaram vídeos do trajeto até o hospital, criando uma narrativa que parecia exagerada para alguns observadores. Marçal também publicou fotos nas redes sociais, incluindo uma imagem na cama do hospital fazendo o sinal de "M" com a mão, o que foi amplamente criticado por internautas que viram na atitude uma tentativa de capitalizar eleitoralmente sobre a agressão.

Comparações Desrespeitosas

O ponto mais controverso foi quando Marçal fez uma comparação direta entre a cadeirada que sofreu e os atentados de maior gravidade enfrentados por Jair Bolsonaro e Donald Trump. Ao publicar uma foto em seu Instagram, Marçal fez alusão ao atentado contra o ex-presidente dos EUA e à facada sofrida por Bolsonaro durante a campanha de 2018. Essa comparação gerou uma onda de indignação, com críticos apontando que Marçal estava desrespeitando a seriedade e a gravidade dos eventos enfrentados por essas figuras políticas.

A tentativa de Pablo Marçal de transformar um incidente de agressão em uma oportunidade de marketing político não apenas foi mal recebida, mas também gerou uma série de reações negativas. A comparação entre a cadeirada e atentados graves, bem como a exploração excessiva do episódio nas redes sociais, revelam uma estratégia política que muitos consideram deplorável e desrespeitosa. Em um momento em que a política deveria focar em debates substanciais e soluções para a cidade, o espetáculo em torno da cadeirada e as comparações infelizes desvirtuam o verdadeiro propósito das campanhas eleitorais.