Durante sua participação no evento Macro Day, promovido pelo Itaú BBA, Haddad afirmou que a inflação deste ano deve permanecer dentro da faixa de tolerância da meta, apesar dos chamados choques recentes. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou a possibilidade de revisão nas previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIBpara 2023. De acordo com as últimas estimativas do ministério, a previsão de crescimento econômico é de 3,2%, a mesma expectativa do Banco Central.
Em evento Macro Vision 2024 do Itaú BBA, realizado em São Paulo nesta segunda-feira (14), Haddad expressou otimismo quanto ao potencial do Brasil de superar essa meta.
“Podemos ter que revisar mais uma vez a previsão do PIB deste ano”, disse ele. “Não faz sentido não almejar uma taxa de crescimento que seja, no mínimo, superior à média mundial, já que ficamos muito tempo abaixo dela”, continuou.
A média global prevista pelo Fundo Monetário Internacional para 2023 também é de 3,2%.
Haddad ressaltou que o país está progredindo e que a inflação deverá ser a mais baixa desde 2022. Segundo ele, mesmo com a inflação podendo alcançar o limite da meta, de 4,5%, e os danos causados pelas chuvas no Rio Grande do Sul, a situação já foi “contornada”.
O ministro acredita que há condições favoráveis para o crescimento. Além de questões internas sendo “resolvidas”, a colaboração com o Judiciário no último ano ajudou a mitigar R$ 1,4 trilhão em riscos fiscais de natureza judicial.
“Temos um conjunto de projetos de investimento aguardando, com altos retornos. O interesse internacional pelo Brasil é significativo, especialmente em determinadas regiões do mundo”, afirmou. Haddad também mencionou as vantagens competitivas do país, como sua matriz produtiva e energética, que podem impulsionar a economia.
Ao discutir o retorno do país ao grau de investimento, Haddad destacou a sustentabilidade do arcabouço fiscal, observada pela agência de classificação de risco Moody’s, que recentemente deixou o Brasil a um passo desse objetivo, indicando que as medidas adotadas ajudaram a reduzir os riscos fiscais.
Ele afirmou que as regras fiscais propostas pela sua equipe contribuíram para a diminuição do risco-país, e a Fazenda acredita que esse é o caminho para o crescimento econômico.
Haddad também enfatizou que o governo está atento à dinâmica das despesas dentro do arcabouço fiscal. O tema tem gerado ceticismo no mercado financeiro, que percebe o ajuste sendo realizado apenas pelo lado da receita, sem cortes nos gastos.
“Precisamos gerenciar a dinâmica das despesas dentro do arcabouço. Isso é uma de nossas preocupações este ano e queremos abordar essa questão”, declarou.