Mercados globais continuam reagindo aos planos de estímulo econômico da China e às tensões no Oriente Médio.

O dólar subiu mais de 1%, ultrapassando R$ 5,60, enquanto o Ibovespa apresentou queda nesta terça-feira (15), à medida que os investidores avaliavam o impacto da redução nos preços de commodities importantes, como o petróleo, em meio a novas informações da China e do Oriente Médio.

Às 14h40, o dólar registrava alta de 1,12%, cotado a R$ 5,655. Nesse mesmo horário, o principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, recuava 0,17%, alcançando 130.780,56 pontos.

Os mercados globais continuam refletindo os planos de estímulo econômico da China e as tensões no Oriente Médio, que têm gerado volatilidade nos ativos e nos preços das commodities, em especial. 

Segundo o Caixin Global, a China pode arrecadar 6 trilhões de iuanes (US$ 850 bilhõescom títulos especiais do Tesouro ao longo de três anos para estimular o crescimento, embora isso não tenha sido suficiente para dissipar as preocupações sobre a atividade econômica no país.

Desde o primeiro anúncio de medidas para impulsionar a economia chinesa no mês passado, o otimismo em relação ao gigante asiático tem diminuído nos mercados globais, com um sentimento de decepção predominando nas sessões recentes, afetando principalmente os países exportadores de commodities.

Em relação ao Oriente Médio, uma reportagem do The Washington Post na segunda-feira (14informou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, teria comunicado aos Estados Unidos sua disposição de atacar alvos militares iranianos, evitando alvos nucleares ou de petróleo. 

Essa informação aliviou as preocupações sobre um possível distúrbio no fornecimento de petróleo da região, levando os preços do petróleo bruto a despencar nesta terça-feira, o que impactou países exportadores da commodity, como o Brasil.

“Estamos observando uma divergência. O dólar está se desvalorizando frente às principais moedas do mundo, mas se valorizando em relação a outras moedas emergentes”, afirmou Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.

“Muito disso se deve à expectativa de queda nos preços de commodities, que representam uma parte significativa das exportações da maioria desses países”, completou.

Cenário doméstico

No contexto nacional, o foco do mercado ainda está na questão fiscal, especialmente após uma reportagem da Reuters indicar que o governo está preparando medidas de contenção de gastos obrigatórios a serem apresentadas após o segundo turno das eleições municipais, o que pressionou o dólar na sessão anterior, com a moeda dos EUA fechando em baixa de 0,59%, a R$ 5,582.

Além disso, estavam nos holofotes os comentários do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em um evento online da Uqbar. Ele destacou que o atual ciclo de crédito no Brasil continua com expansão no volume de concessões e redução nas taxas de juros na maior parte das linhas de crédito.