O conselho de administração da Petrobras aprovou, nesta quinta-feira (21), um novo plano de negócios que prevê aportes totais de US$ 111 bilhões no período de 2025 a 2029, o que representa um aumento de 9% em relação ao plano estratégico anterior, que abrangia o intervalo de 2024 a 2028.
O plano, que foi previamente antecipado ao mercado no início da semana, propôs uma leve redução na participação dos investimentos destinados à área de Exploração e Produção (E&Pde petróleo e gás, comparado ao ciclo anterior. Do total previsto, US$ 98 bilhões serão alocados em projetos em andamento, enquanto US$ 13 bilhões serão direcionados a iniciativas em fase de avaliação, que ainda necessitam de estudos adicionais sobre viabilidade financeira antes de sua execução.
O cronograma de investimentos ao longo dos cinco anos inclui US$ 18,5 bilhões em 2025, US$ 19,6 bilhões em 2026, US$ 19,5 bilhões em 2027, um pico de US$ 20,9 bilhões em 2028 e uma redução para US$ 19,7 bilhões em 2029.
No que se refere à área de E&P, a Petrobras pretende investir US$ 77,3 bilhões, ou cerca de 70% do total, que será direcionado para a exploração e produção de petróleo e gás. No plano anterior, o montante destinado a essa área era de US$ 73 bilhões, representando cerca de 72% do total de US$ 102 bilhões.
A companhia informou que 60% desse valor será direcionado ao pré-sal, enquanto também serão mantidos investimentos significativos em projetos de revitalização, com foco em aumentar a recuperação de campos maduros, especialmente na Bacia de Campos.
Além disso, a Petrobras projeta uma média de US$ 36,5 por barril de óleo equivalente (boeno Custo Total de Produção de Petróleo (CTPP), que abrange os custos de extração, participações governamentais, depreciação e exaustão, com base no preço médio do Brent estimado no planejamento.
Com esse novo plano, a Petrobras espera alcançar uma produção diária de 3,2 milhões de barris de óleo equivalente (boedaté 2029, um aumento de mais de 14% em relação à produção projetada de 2,8 milhões de boed para 2025.
A companhia também aumentou os investimentos em atividades exploratórias para enfrentar os desafios de reposição de reservas, com um capex (investimentode US$ 7,9 bilhões ao longo dos cinco anos, o que representa 5% a mais em relação ao plano anterior.
Até 2029, a Petrobras planeja implementar 10 novos sistemas de produção, sendo que nove já estão contratados. Além disso, há cinco projetos em execução que ultrapassam esse prazo e outros seis ainda em fase de análise. A Petrobras será a operadora de todos esses projetos, exceto o "Raia", que está sob a responsabilidade da Equinor.
Os investimentos nas áreas de Refino, Transporte, Comercialização, Petroquímica e Fertilizantes (RTCforam projetados em US$ 19,6 bilhões até 2029, superando os US$ 17 bilhões do plano anterior, que não incluía a rubrica de fertilizantes. A Petrobras visa, com esses aportes, aumentar a capacidade de refino, ampliar a oferta de produtos de alta qualidade, como Diesel S10 e lubrificantes, além de combustíveis com baixo carbono. O objetivo é melhorar a eficiência operacional e avançar na descarbonização de suas operações.
A companhia também anunciou investimentos de US$ 16,3 bilhões em iniciativas relacionadas à transição energética, com foco em soluções de baixo carbono, o que representa 15% do total do novo plano, comparado a 11% no ciclo anterior. Este valor é 42% superior ao destinado ao setor no planejamento anterior, de 2024 a 2028.