A regulamentação da internet e das redes sociais tem sido defendida como uma solução para o combate às chamadas "fake news". No entanto, sob essa justificativa, esconde-se um perigo iminente: a restrição da liberdade de expressão e a consolidação de um controle autoritário da informação. O que está em jogo não é, de fato, a defesa da verdade, mas sim a preservação dos interesses de políticos e figuras públicas que, temerosas de perder o monopólio da narrativa, buscam manipular a opinião pública em favor de seus próprios projetos.
A propagação de fake news é, sem dúvida, um problema real e crescente, mas a solução não pode ser o cerceamento ainda maior da liberdade digital. As propostas de regulamentação em circulação frequentemente visam estabelecer um controle absoluto sobre o que pode ou não ser dito nas plataformas online, e é aqui que reside o maior risco: o controle da informação por poucos, sob a desculpa de garantir a veracidade dos conteúdos.
A realidade é que, para os defensores dessas regulamentações, o que realmente importa não é a verdade, mas a manutenção de seus próprios interesses. Ao invés de buscar soluções efetivas para combater as fake news, a intenção de muitos desses agentes é simplesmente fortalecer sua posição política e manter a população dependente de fontes de informação tradicionais, como rádio e televisão. Estes meios, por sua vez, são frequentemente financiados com dinheiro público, o que cria uma relação de dependência e favorecimento em relação aos governos federal, estadual e municipal. Ao apoiar e divulgar notícias favoráveis aos governantes, esses meios de comunicação mantêm-se em operação, sacrificando a diversidade de ideias e a pluralidade de vozes.
Essa situação revela o que parece ser uma tentativa clara de silenciar vozes independentes, aquelas que surgem nas redes sociais, longe da influência do financiamento governamental. A internet é, por sua natureza, um espaço democrático e plural, onde qualquer cidadão tem a oportunidade de se expressar livremente. Isso desafia diretamente os interesses daqueles que dominam os meios tradicionais e que, temerosos de perder esse controle, tentam agora aplicar uma censura disfarçada nas plataformas digitais.
O argumento de que a regulamentação da internet é necessária para "garantir a veracidade das informações" esbarra na realidade de que os meios de comunicação tradicionais não são, de forma alguma, isentos de viés. Na verdade, esses veículos muitas vezes atuam como porta-vozes dos governos, ajudando a espalhar uma narrativa que favorece o status quo, enquanto distorcem ou omitem informações que possam prejudicar seus patrocinadores. Ao permitir que esses meios se perpetuem como as únicas fontes legítimas de informação, a sociedade corre o risco de perder a liberdade de acessar informações diversas e críticas.
A verdadeira solução para o problema das fake news não é a regulação autoritária, mas sim a educação digital. Promover a conscientização crítica entre os consumidores de conteúdo e garantir a responsabilidade dos produtores é o caminho mais eficaz para um ambiente digital saudável. As plataformas de redes sociais, longe de serem inimigas, devem ser vistas como aliadas na democratização da informação, pois oferecem um espaço onde qualquer pessoa, independentemente de sua posição política ou financeira, pode compartilhar suas ideias e opiniões.
Impor uma regulamentação severa à internet e às redes sociais, como muitos propõem, abre as portas para um controle de narrativas que beneficia unicamente aqueles que já detêm o poder. Ao restringir a liberdade de expressão no ambiente digital, cria-se um sistema no qual o direito do cidadão à informação verdadeira é ameaçado, e a população se torna prisioneira de um sistema midiático controlado pelos interesses de poucos.
A regulamentação da internet não é uma solução, mas uma armadilha para aqueles que acreditam no livre acesso à informação e no direito de pensar por si mesmos. O combate às fake news não deve ser usado como desculpa para a censura, mas sim como uma oportunidade para fortalecer a democracia e garantir que todos tenham acesso a uma diversidade de fontes, sem as limitações impostas por quem deseja controlar a narrativa.