O ex-ministro de Minas e Energia do governo de Jair Bolsonaro, Adolfo Sachsida, utilizou o filme “Ainda Estou Aqui” para criticar supostos excessos do Supremo Tribunal Federal (STF). Em um texto publicado recentemente, Sachsida traçou paralelos entre os abusos cometidos durante a ditadura militar, retratados no filme, e ações atuais do STF. Ele mencionou casos como o de Débora Rodrigues dos Santos, cabeleireira e mãe de dois filhos, que está presa há mais de dois anos por ter escrito “Perdeu, mané” com batom em uma estátua da Justiça durante os atos de 8 de janeiro de 2023. Sachsida também citou o caso de Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, preso preventivamente sob alegações posteriormente refutadas por evidências.
Além de Sachsida, outras figuras associadas ao governo Bolsonaro também se manifestaram sobre o filme. O ex-secretário de Cultura, Mário Frias, criticou “Ainda Estou Aqui”, classificando-o como uma “peça de propaganda e desinformação comunista em arte”. Frias argumentou que o filme não enriquece a cultura nacional, mas a destrói, separando o princípio estético do moral.
O próprio ex-presidente Jair Bolsonaro também fez críticas ao filme e à atriz Fernanda Torres. Em entrevista, Bolsonaro afirmou que a produção deveria abordar sua própria história e insinuou ligações não comprovadas entre a família Paiva e grupos guerrilheiros durante a ditadura militar. Ele também questionou declarações de Fernanda Torres sobre a possibilidade de realizar o filme durante seu governo, negando ter perseguido artistas ou censurado produções culturais.
Essas manifestações refletem a polarização em torno de “Ainda Estou Aqui”, que aborda temas sensíveis da história brasileira e suscita debates sobre liberdade de expressão, memória e justiça.