O ex-presidente da República José Sarney adotou uma postura cautelosa ao ser questionado sobre a proposta de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro de 2023. Durante um evento político em Brasília nesta semana, Sarney preferiu não se posicionar diretamente sobre o tema, que segue em debate acalorado no Congresso Nacional.
“Não quero entrar nesse mérito. O momento pede serenidade e união. O Brasil precisa de paz e diálogo”, declarou o ex-presidente, ao ser abordado por jornalistas.
Clima político tenso
A proposta de anistia tem sido defendida por parlamentares da oposição, especialmente aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que argumentam que muitos dos condenados estão sendo punidos de forma excessiva. Por outro lado, partidos da base governista e setores do Judiciário consideram que anistiar os responsáveis poderia significar impunidade diante de ataques às instituições democráticas.
Sarney, conhecido por seu perfil conciliador, evitou alimentar a polarização. Ele ressaltou a importância de preservar o equilíbrio entre os Poderes e o respeito à Constituição:
“O Brasil não pode se perder em conflitos internos. Precisamos encontrar caminhos de reconstrução e respeito mútuo”, afirmou.
Repercussão
A fala de Sarney foi vista como um apelo por moderação num momento em que a temperatura política sobe com o avanço de denúncias no STF, mobilizações da oposição e articulações para votação da proposta de anistia no Congresso.
Com sua longa trajetória política, José Sarney tem se mantido como uma voz respeitada nos bastidores da política brasileira, mesmo sem exercer cargos públicos há mais de uma década. Sua defesa pela união nacional ecoa em meio a um cenário marcado por tensões judiciais, polarização e embates institucionais.