A empresa de biotecnologia Colossal Biosciences, com sede nos Estados Unidos, anunciou novos planos para expandir seu ambicioso projeto de “desextinção”. Após apresentar a proposta de recriar o lobo-terrível (espécie extinta há mais de 10 mil anos), a startup agora quer aplicar a mesma tecnologia para trazer de volta outros animais extintos, como o mamute-lanoso, o tilacino (tigre-da-Tasmânia) e o dodô.
Biotecnologia e edição genética
Utilizando técnicas avançadas como a edição genética por CRISPR, a Colossal Biosciences pretende inserir traços genéticos desses animais extintos em espécies vivas aparentadas, como elefantes, cães e pombos. A ideia é criar híbridos com aparência, funções biológicas e comportamentos semelhantes aos dos animais originais, que desapareceram devido a mudanças climáticas ou à ação humana.
Segundo a empresa, o objetivo é restaurar ecossistemas, estimular a pesquisa científica e impulsionar tecnologias para medicina regenerativa.
Reações da comunidade científica
Apesar da inovação, o projeto tem gerado polêmica entre pesquisadores. Muitos cientistas questionam a ética, a viabilidade ecológica e os impactos dessa “ressurreição genética”. Há preocupação de que os recursos empregados poderiam ser mais bem utilizados em programas de conservação de espécies atualmente ameaçadas.
“Você não está trazendo de volta o animal original, está criando uma nova espécie com base em fragmentos genéticos e muitas suposições”, afirmou a bióloga evolutiva Beth Shapiro, da Universidade da Califórnia.
Além disso, ecologistas alertam para os riscos de introduzir novas espécies (mesmo híbridasem ecossistemas atuais, o que pode gerar desequilíbrios ambientais e efeitos imprevisíveis.
Próximos passos
Mesmo com as críticas, a Colossal já recebeu investimentos milionários e segue com laboratórios operando nos EUA e na Austrália. Os primeiros protótipos de embriões editados geneticamente devem estar prontos nos próximos anos, segundo a empresa.