A transferência da rodoviária de Salvador, atualmente localizada na Avenida ACM, para o bairro de Águas Claras, tem gerado apreensão entre os passageiros que utilizam o terminal com frequência. Embora a data exata da mudança ainda não tenha sido definida, os usuários manifestam inquietações principalmente relacionadas à segurança e acessibilidade da nova localização.
Insegurança na nova localização
A região de Águas Claras, onde o novo terminal está sendo construído, é percebida por muitos como uma área pouco movimentada e carente de estabelecimentos comerciais, fatores que contribuem para a sensação de insegurança. Lidiane Góis, instrumentadora cirúrgica de 43 anos, expressou sua preocupação:
“É tudo deserto e mais distante de tudo. Tenho casos de colegas que já foram assaltadas por conta disso, então, é complicado. Aqui [na rodoviária atual], mesmo com o perigo, tem uma certa tranquilidade por ser centro de cidade.”
Impacto na rotina dos passageiros
Para alguns, a mudança trará benefícios logísticos. Larissa Santos, atendente de 25 anos que reside nas proximidades de Águas Claras, acredita que a nova localização reduzirá seu tempo de deslocamento ao trabalho. No entanto, ela também destaca a preocupação com a segurança:
“É no meio do nada e tem uma passarela lá que eu não vejo ninguém passando, só de bicicleta. Eu mesma não passo e, se tivesse outro caminho, seguiria outro caminho. Então, acho que a rodoviária deveria ter mais estabelecimentos em volta.”
Questões de acessibilidade e custos adicionais
Outros passageiros temem que a nova localização aumente o tempo e o custo de deslocamento até o terminal. Camila Hora, dona de casa de 40 anos que mora na Rótula do Abacaxi, prevê dificuldades:
“Se eu for pegar um ônibus à noite, vou ter que sair umas 16h de casa, porque moro na Rótula do Abacaxi. Para viajar hoje, eu cheguei aqui quase em cima da hora, mas porque não é tão distante. Muda muito as coisas, mas para pior.”
Além disso, há preocupações sobre o aumento nos custos de transporte por aplicativo devido à maior distância até o novo terminal. O aposentado Fidel Pereira, de 65 anos, que frequentemente utiliza esses serviços ao chegar em Salvador, comentou:
“De qualquer forma, impacta mais no bolso da gente, mexe na economia. Não é tão caro o valor, mas, no país inflacionado que vivemos, qualquer centavo de gasto a mais é prejuízo.”
Expectativas e incertezas
A mudança da rodoviária para Águas Claras visa melhorar a infraestrutura e oferecer integração com outros modais de transporte, como o metrô. No entanto, as preocupações dos passageiros ressaltam a necessidade de medidas que garantam a segurança, acessibilidade e comodidade no novo terminal. A data de inauguração ainda não foi oficialmente confirmada, e os usuários aguardam informações concretas para se adaptarem às futuras mudanças.