Dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BAapontam um crescimento de 18% no número de assaltos violentos em Salvador entre janeiro e abril de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado. Os crimes têm ocorrido principalmente em corredores de ônibus, estações do metrô, bairros periféricos e áreas comerciais do centro da cidade.

Segundo o boletim mais recente da SSP-BA, os bairros de Pau da Lima, Pirajá, Liberdade e Brotas concentram os maiores índices de roubos à mão armada. Em muitos casos, os criminosos agem em duplas ou trios, com alto grau de agressividade, utilizando armas de fogo para intimidar as vítimas. Vídeos de câmeras de segurança circulam diariamente nas redes sociais, retratando cenas de violência explícita e gerando sensação generalizada de insegurança.

A situação levou entidades comunitárias e associações de bairro a protocolarem uma representação no Ministério Público Estadual, exigindo a ampliação do policiamento ostensivo e da presença da Polícia Civil para investigação qualificada dos casos. “As pessoas têm medo de sair para trabalhar ou estudar. O governo precisa parar de negar a realidade e agir com urgência”, afirmou Marivalda Nunes, presidente da Associação de Moradores da Liberdade.

A SSP-BA informou, por meio de nota, que está implementando uma nova fase da Operação Força Total, com redistribuição do efetivo e uso de drones em áreas críticas. No entanto, o aumento da criminalidade ocorre mesmo após anúncios de reforço na frota de viaturas e aquisição de câmeras de videomonitoramento, o que tem alimentado críticas sobre a efetividade das medidas adotadas.

Parlamentares da oposição acusam o governador Jerônimo Rodrigues (PTde priorizar a agenda internacional e publicitária, enquanto a população enfrenta o cotidiano da violência urbana sem respostas eficazes. “O marketing do governo não apaga os dados da realidade. Estamos diante de uma falência da política de segurança pública na capital”, declarou o deputado estadual Capitão Alden (PL).

Especialistas alertam que o crescimento da criminalidade está ligado ao esvaziamento das bases comunitárias, à desarticulação de políticas sociais e à ausência de programas de prevenção ao ingresso de jovens nas facções. Enquanto isso, a população continua convivendo com a banalização do medo e a falta de perspectivas de mudança concreta.