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Empresários da “farra do INSS” firmaram contratos com familiares de dirigentes do Instituto, diz reportagem

Publicada em: 06/10/2025 10:15 -

Brasília — Empresários que controlam quatro entidades que, juntas, faturaram R$ 700 milhões na “farra dos descontos indevidos” sobre benefícios do INSS firmaram contratos de “consultoria” — com cláusulas anticorrupção — com familiares de dirigentes do Instituto investigados por suspeita de propina. A informação foi revelada pelo Metrópoles, que teve acesso a diversos contratos e documentos do caso.

Segundo a reportagem, os acordos envolveram empresas ligadas ao grupo dos empresários Igor Dias Delecrode (28), Felipe Macedo Gomes (35), Anderson Cordeiro (38) e Américo Monte (45) e consultorias do advogado Eric Fidelis (filho do ex-diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis) e de Thaisa Hoffmann (esposa do ex-procurador-geral do INSS, Virgilio de Oliveira Filho). Os pagamentos são apurados por suspeita de funcionarem como propina a agentes públicos, de acordo com investigações da Polícia Federal (PF). Fonte: Metrópoles.

Contratos com “cláusula anticorrupção”

Um dos documentos citados é o contrato da Cálculo Certo (de Felipe Gomes) com a Protected Soluções (de Eric Fidelis), que lista como objeto serviços advocatícios e de TI (“desenvolvimento e licenciamento de software”, suporte e manutenção). O texto inclui cláusula em que as partes “garantem que não vão violar regulamentos” nem praticar “suborno, extorsão ou propina”.
Outro contrato, também com cláusula anticorrupção, foi assinado por Thaisa Hoffmann, prevendo assessoria técnica empresarial e consultoria preventiva em áreas profissionais e científicas, além de cursos de educação profissional. Fonte: Metrópoles.

Quem são as entidades e quanto arrecadaram

Os mesmos empresários controlam, segundo o Metrópoles, as seguintes entidades e faturamentos por descontos associativos:

  • Amar Brasil Clube de BenefíciosR$ 324 milhões

  • Master PrevR$ 232 milhões

  • ANDAPPR$ 94 milhões

  • AASAPR$ 63 milhões
    Fonte: Metrópoles.

Sinais de riqueza e pagamentos rastreados

Relatórios do Coaf enviados à CPMI do INSS apontam que o grupo ostenta joias, imóveis e carros de luxo em Alphaville (Barueri-SP). Os dados citam, por exemplo, pagamento de R$ 93 mil de Américo Monte a Erica/ErIc(a) Fidelis. Fontes: Coaf à CPMI; Metrópoles.

“Careca do INSS” e os repasses milionários

Ainda conforme a PF, o escritório de Erica Fidelis recebeu R$ 1,46 milhão de empresa do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”. Já Thaisa Hoffmann teria recebido R$ 7,5 milhões de empresas do lobista no período das fraudes, além de uma Porsche Taycan (avaliada em mais de R$ 500 mil).
A PF também aponta acréscimo patrimonial do ex-procurador Virgilio Filho de R$ 6,3 milhões com operações imobiliárias durante as irregularidades; somados repasses e lucros, o incremento seria de R$ 18.330.145,18.
O ex-diretor de Governança, Planejamento e Inovação do INSS, Alexandre Guimarães, teria recebido R$ 313,2 mil do lobista, direta ou indiretamente. Fonte: PF, citada pelo Metrópoles.

Situação processual e posicionamentos

As investigações seguem em curso, e os citados não responderam aos questionamentos feitos pelo Metrópoles até a publicação. O espaço permanece aberto para manifestações de todos os mencionados. Fonte: Metrópoles.


Fontes:

  • Metrópoles (reportagem de 5/10 com documentos e contratos citados).

  • Relatórios do Coaf à CPMI do INSS e informações da PF, conforme reproduzidas na reportagem do Metrópoles.

 

Observação editorial: todos os valores e acusações acima decorrem de investigações em andamento e devem ser interpretados como alegações até conclusão definitiva pelos órgãos competentes.

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