Pablo Marçal, ex-coach e atual candidato à Prefeitura de São Paulo, tem gerado uma série de polêmicas que vão além de seu ambicioso projeto político. Recentemente, ele se envolveu em uma controvérsia ao fazer um pedido irônico para que seus seguidores orassem pelo Pastor Silas Malafaia, um dos maiores líderes evangélicos do Brasil. Marçal, que se diz cristão, adotou um tom sarcástico ao solicitar orações pelo pastor, o que gerou uma onda de críticas e foi visto por muitos como uma falta de respeito.

A tensão entre Marçal e Malafaia é apenas uma das facetas de uma série de conflitos em que Marçal está envolvido. O ex-coach tem sido alvo de críticas e investigações, e sua trajetória política tem sido marcada por disputas acirradas e polêmicas.

A Guerra com Bolsonaro e os Atacados Políticos

Além da provocação ao Pastor Malafaia, Marçal não poupou ataques a outras figuras proeminentes. Ele criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro por não apoiá-lo, chegando ao ponto de pedir o retorno do dinheiro que havia doado em campanhas anteriores. Sua retórica agressiva também se estendeu a Carlos Bolsonaro, um dos filhos do ex-presidente, em uma série de embates públicos.

Investigação e Controvérsias Jurídicas

Marçal está sob o radar das autoridades por diversas razões. Em um dos casos mais graves, ele é investigado pela Polícia Civil por tentativa de homicídio após levar um grupo de pessoas ao Pico dos Marins, na Serra da Mantiqueira, como parte de um programa de coaching motivacional. O evento, que ocorreu a 2.420 metros acima do nível do mar, foi marcado por condições extremas que colocaram em risco a vida dos participantes.

Outro incidente envolvendo Marçal é a morte de um funcionário durante uma maratona promovida por sua empresa, a XGrow. Bruno da Silva Teixeira, de 26 anos, sofreu uma parada cardíaca durante uma corrida de 42 quilômetros, promovida sob o lema "romper os limites". A tragédia gerou investigações e trouxe à tona questões sobre a segurança e a responsabilidade de eventos organizados por Marçal.

Histórico de Condenações e Relações Duvidosas

Marçal não é estranho a problemas legais. Em 2010, foi condenado a quatro anos e cinco meses de reclusão por furto qualificado, relacionado a desvio de dinheiro de contas bancárias através de golpes digitais. A defesa de Marçal entrou com um recurso, mas devido à demora no julgamento, o caso acabou prescrevendo e ele não cumpriu a pena.

Além disso, Marçal mantém laços com indivíduos suspeitos de envolvimento em atividades criminosas. Um exemplo é seu vínculo com Renato Cariani, um empresário e influencer indiciado por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Outro contato questionável é Leonardo Alves de Araújo, conhecido como Leonardo Avalanche, que, segundo investigações, esteve envolvido na soltura de André do Rap, um líder de facção criminosa.

Crimes Eleitorais e Controvérsias Recentes

Marçal também enfrentou problemas relacionados às eleições. Em 2022, foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investigou falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita e lavagem de dinheiro. As investigações revelaram que ele e um sócio fizeram doações a campanhas, posteriormente redirecionando os recursos para suas próprias empresas. As candidaturas de Marçal à Presidência e à Câmara dos Deputados foram barradas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSEdevido a irregularidades.

Pablo Marçal é uma figura que, ao tentar se consolidar politicamente em São Paulo, tem acumulado uma série de controvérsias e problemas legais. Seus ataques a figuras proeminentes, suas investigações por eventos trágicos, e seu passado de condenações e relações duvidosas pintam um quadro complexo e turbulento de sua trajetória. À medida que se aproxima das eleições, a maneira como ele lida com essas questões poderá ser decisiva para seu futuro político.