A Venezuela estendeu um convite ao Brasil para a posse de Nicolás Maduro, mas não enviou o convite diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O convite foi recebido nesta terça-feira (07/01— a cerimônia de posse em Caracas está programada para sexta-feira (10). O documento convoca o corpo diplomático brasileiro para o evento, e a expectativa é que a embaixadora do Brasil em Caracas, Gilvânia Maria de Oliveira, participe. No entanto, o convite ainda está sendo analisado.
Maduro e Lula atravessam um período de distanciamento — o último encontro entre os dois ocorreu em março do ano passado, durante a 8ª Cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), em São Vicente e Granadinas. O mal-estar teve início após as eleições presidenciais venezuelanas de julho de 2024, quando o ditador afirmou ter vencido o candidato da oposição, o liberal Edmundo González.
Maduro, no entanto, não apresentou as atas eleitorais, que contêm os detalhes das urnas de cada seção de voto. Sem essas informações, o Brasil optou por não reconhecer nem refutar a alegada reeleição do ditador. Devido ao ambiente tenso entre os dois líderes, Lula já havia decidido não comparecer à posse, antes mesmo de o convite ser oficialmente recebido pelo Brasil.
Nos bastidores, o presidente deixou claro que não participaria do evento. O assessor de Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim, que desempenhou um papel nas mediações durante as eleições venezuelanas, também não deverá estar presente